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Como a interoperabilidade gera produtividade

A interoperabilidade, no contexto da gestão de manutenção, é a capacidade dos sistemas, aplicações e dispositivos se ligarem, comunicarem e funcionarem em conjunto de forma harmoniosa.

No atual cenário digital altamente conectado, é crucial conseguir que os sistemas ‘falem entre si’. Caso contrário, os dados permanecem em silos — estagnados —, quando poderiam impulsionar a eficiência em vários sistemas. 

Num estudo da Deloitte, 75% das empresas relataram problemas de compartimentação e interoperabilidade de dados. Um outro estudo, da Mulesoft, revelou que 38% das empresas inquiridas indicaram a falta de interoperabilidade dos sistemas como o principal obstáculo ao crescimento digital

Este conceito vai para além da mera compatibilidade entre diferentes sistemas — trata-se de conseguir uma sinergia bem orquestrada entre diversas tecnologias.

Impacto da interoperabilidade na manutenção

A integração de sistemas informáticos como os ERP (Enterprise Resource Planning ou, em português, planeamento de recursos empresariais), software de facility management, software de contabilidade e plataformas de automatização, tem múltiplos impactos. Os benefícios exatos dependem da sua pilha de tecnologia, mas aqui está uma pequena seleção do que a interoperabilidade pode fazer na manutenção:

Melhoria da eficiência do fluxo de trabalho

A interoperabilidade permite um intercâmbio fluido de dados entre diferentes sistemas. Isto conduz a uma troca de dados mais rápida, a fluxos de trabalho simplificados e a atrasos operacionais reduzidos. Crie fluxos de trabalho automatizados que minimizam a intervenção humana e aumentam a eficiência. 

Tomada de decisões melhorada

A interoperabilidade permite também a integração e a análise de dados de várias fontes. No caso da manutenção, tal permite às empresas ligar em rede diferentes plataformas de software, como ERP, BI (Business Intelligent), software de contabilidade e plataformas IoT. 

Obtenção de resultados efetivos

A integração de plataformas de software é um multiplicador de forças — permite espremer um pouco mais de sumo dos seus dados para criar um sistema mais rápido e mais eficiente. Em vez de copiar manualmente os dados de uma plataforma para outra, por exemplo, pode integrá-los diretamente para automatizar ordens de trabalho com software de contabilidade, ou para agilizar operações de manutenção com software de produtividade. Isto aumenta a performance do edifício e a fiabilidade dos ativos.

Desafios da interoperabilidade

A criação de sistemas integrados envolve várias dificuldades relacionadas com a partilha de dados, a segurança e a criação de estruturas de interoperabilidade funcional para software de diferentes fornecedores. 

Antes da integração das API — Application Programming Interfaces, ou interfaces de programação de aplicações —, a falta de normas de interoperabilidade mútua complicava o processo de ligação de diferentes plataformas. Esta situação alterou-se, tornando a interoperabilidade muito mais simples. 

  • Os desafios incluem questões técnicas, como a ausência de protocolos normalizados e interoperáveis para o intercâmbio de dados, embora esta situação tenha sido amplamente atenuada pelas API. 
  • É mportante ter em conta as preocupações com a segurança dos dados e a potencial resistência dos colaboradores habituados aos sistemas tradicionais.
  • A criação de sistemas interoperáveis é demorada na fase inicial.

Interoperabilidade e produtividade

A integração dos sistemas de manutenção com outro software aumenta a produtividade dos gestores de manutenção, técnicos e outro pessoal envolvido na operação e manutenção de edifícios e dos seus ativos. 

Eis como:

Em primeiro lugar, a interoperabilidade reduz a necessidade de introdução de dados de forma manual em vários sistemas. Não é novidade que a introdução manual de dados consome muito tempo e implica o risco de erro humano.

De acordo com um estudo da Experian, 84% das organizações afirmam que dados incorretos têm um impacto direto nos seus resultados

A automatização dos processos de introdução de dados em todos os sistemas reduz o tempo gasto manualmente nessas tarefas e diminui o risco de erro humano. 

Isto garante uma troca de dados precisa e fiável, e significa que as pessoas podem redirecionar a sua atenção para outras tarefas críticas.

A interoperabilidade melhora a comunicação entre os gestores de manutenção e as suas equipas. Um estudo da McKinsey concluiu que a melhoria da comunicação e da colaboração através da tecnologia aumenta a produtividade dos trabalhadores de 20% a 25%.

Os sistemas de manutenção interoperáveis permitem que as equipas partilhem atualizações, dados e informações entre departamentos, facilitando o acompanhamento do progresso das tarefas e garantindo que todos estão a par.

Os trabalhadores da manutenção, por exemplo, podem transmitir rapidamente informações sobre o estado dos ativos aos seus gestores ou a outros departamentos. Os gestores podem acompanhar os cromogramas de manutenção e a conclusão das tarefas em tempo real, o que lhes permite afetar recursos de forma mais eficiente. 

Este fluxo eficiente de informação promove um ambiente de manutenção colaborativo e reduz as falhas de comunicação.



Se utiliza vários sistemas de software para gerir edifícios, ativos e equipas, faz todo o sentido que estes partilhem dados entre si. De facto, a McKinsey mostrou que as organizações que ligam os seus sistemas em rede têm um desempenho superior às que não o fazem.

Para além disso, a interoperabilidade proporciona uma visão unificada das operações. Os gestores de manutenção têm acesso a um panorama geral de todas as atividades, recursos e tarefas, a partir de uma única plataforma. 

Com todos os dados na ponta dos dedos, os gestores de manutenção podem monitorizar e analisar o desempenho, identificar pontos de estrangulamento e resolver problemas.

Exemplos de interoperabilidade na manutenção

Existem numerosos exemplos de comunicação multiplataforma entre sistemas diferentes, e a configuração exata depende da sua pilha de software. 

Ao permitir que os sistemas trabalhem em conjunto, a interoperabilidade aumenta a eficiência, reduz o risco de erro humano e assegura um fluxo contínuo de dados entre várias plataformas. 

Abaixo estão três exemplos-chave que demonstram o potencial da interoperabilidade na gestão de manutenção.

ERP – SAP

A interoperação do software de gestão de manutenção com o ERP SAP permite às empresas emitir automaticamente faturas quando vendem ou compram serviços e materiais. A ligação da gestão de manutenção ao ERP permite um sistema automatizado de gestão de stock, garantindo que os níveis deste estão sempre corretos e atualizados.

Contabilidade – Xero

A integração com o Xero permite a criação automática de faturas no Xero sempre que uma venda é processada através do seu software de gestão de manutenção. Isto simplifica os seus procedimentos contabilísticos e garante que os registos financeiros são atualizados em tempo real, eliminando a possibilidade de erros devido à introdução manual de dados.

Específico do setor - Opera

No caso da gestão hoteleira, por exemplo, a integração do software de manutenção com o sistema Opera pode simplificar as operações de limpeza com registos automáticos de check-in e check-out e sincronização do estado dos quartos em tempo real. Isto permite à equipa de manutenção responder rapidamente a quaisquer problemas, aumentando a produtividade geral.

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