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Na manutenção, definimos indicadores-chave (mais conhecidos como KPI, do inglês Key Performance Indicators), para medir o desempenho de uma determinada tarefa.
Estes parâmetros podem medir tudo, desde o tempo que dura uma paragem (seja por manutenção programada ou não) até à evolução dos processos de produção.
Os principais KPI de manutenção variam de acordo com a empresa, os seus objetivos, estratégias e planos de ação. No entanto, existe um conjunto reconhecido de indicadores, que são utilizados com mais frequência.
Se é um técnico ou um facility manager que ainda está a decidir que indicadores deve usar, aplique a fórmula SMART: específica, mensurável, atingível, realista e oportuna (do inglês, Specific, Measurable, Achievable, Relevant, and Time-bound). Por outras palavras, a sua estratégia deve ser:
Embora os KPI estejam intimamente ligados ao nível de performance que se pretende atingir, não os encare como objetivos. Não se esqueça que um indicador é apenas uma métrica, utilizada como um método quantitativo para determinar o desempenho de uma determinada atividade, ativo ou departamento de manutenção.
Os indicadores podem ser divididos em duas categorias: em primeiro lugar, aqueles que mostram o impacto de uma gestão adequada da manutenção no desempenho global da empresa; em segundo lugar, aqueles que dizem respeito à fiabilidade e à disponibilidade dos ativos. Assim, podemos destacar os seguintes KPI na gestão de manutenção: Downtime, Backlog, MTBF, MTTR, OEE, PMP e CPM.
Vamos agora analisar as suas respetivas utilizações, benefícios e valores médios.
Este indicador de manutenção acompanha, monitoriza e avalia a fiabilidade do ativo.
Trata-se do registo do tempo total de paragem, ou seja, do tempo que o equipamento esteve indisponível ou offline, significando que ocorreu um evento indesejado e que será necessário algum tipo de intervenção. Este KPI pode ser utilizado quer exista ou não um plano de manutenção para esse ativo. É também uma variação da percentagem de manutenção planeada, que iremos abordar mais adiante.
O seu objetivo para este indicador-chave de desempenho deve ser 10%. Isto significa que o ativo deve estar totalmente operacional — também designado por ‘uptime’ —, em cerca de 90% do tempo, para que a produção não seja interrompida. A falta de infraestruturas, de monitorização e de planeamento é, normalmente, a causa dos valores mais elevados de downtime.
Este indicador pode ajudá-lo a estabelecer uma estratégia de manutenção preventiva, com o objetivo de manter o downtime abaixo da média, bem como minimizar o efeito das paragens não planeadas. Lembre-se que quando um ativo não está a funcionar, não há produção, o que, em última análise, leva a perdas financeiras.
O backlog é um indicador de tempo que significa algo como ‘atrasos na manutenção’. Consiste na quantidade de atividades pendentes e planeadas por técnico (valor distribuído pelo número de técnicos), independentemente de já estarem em curso.
Por outras palavras, o backlog é o tempo necessário para executar uma ordem de trabalho reativa, preventiva ou preditiva, fazer controlo de qualidade, implementar melhorias, ou qualquer outra atividade que promova o desempenho desejável do ativo. Para calcular esta métrica, é necessário ter em conta todo o fluxo de trabalho relacionado com o planeamento e o controlo da manutenção.
O valor é igual ao total do valor da mão de obra/hora das ordens de trabalho planeadas, pendentes e concluídas, dividido pelo total de horas disponíveis. Deve ser considerado apenas o tempo produtivo de cada técnico, uma vez que estes não estão a executar ordens de trabalho durante 100% do tempo!
Uma vez que se está a medir tempo, o resultado deve ser apresentado em horas, dias, semanas ou meses, por exemplo.
O backlog padrão, medido em dias úteis, é de 2 semanas. Para empresas que trabalham 24/7, é de 3 a 4 semanas.
A vantagem deste indicador é avaliar a produtividade da equipa, bem como determinar as causas que estão na origem de eventuais quebras. A partir daí, recomendamos a aplicação de estratégias para otimizar a produção.
Outro KPI bem conhecido é o MTBF, que mede a fiabilidade. A sigla inglesa remete para Mean Time Between Failures.
Este indicador tem em conta as falhas aleatórias (não planeadas), incluindo as resultantes de erros de software e defeitos de fabrico. As falhas que não colocam o ativo fora de serviço não são tidas em conta.
Uma vez que o resultado considera o tempo decorrido entre cada falha, é também medido em tempo (horas, dias, semanas ou meses). Quanto mais alto for o MTBF, mais fiável é o ativo (ao contrário do MTTR — Mean Time to Repair ou tempo médio de reparação —, de que falaremos a seguir, e que deve ser o mais baixo possível).
Para calcular o MTBF, subtrai-se o tempo total de avaria ao tempo total de trabalho e, em seguida, divide-se o resultado pelo número de avarias.
O tempo total de trabalho pode ser de 24 horas ou o período durante o qual o equipamento está a funcionar. O tempo total de avaria inclui todo o tempo perdido até que o equipamento volte a funcionar.
Neste caso, a média global varia consoante o tipo de equipamento ou de empresa. No entanto, deve ser o mais elevada possível. À medida que o tempo passa, compare-a com os resultados anteriores para ver se está a aumentar.
O MTTR, que, tal como vimos acima, significa ‘tempo médio de reparação’, é outro KPI usado em manutenção. Pode ser aplicado a um ativo, a uma máquina, a um único componente ou a um sistema no seu todo. O MTTR considera o tempo que a sua equipa demora a intervir ou a efetuar a manutenção corretiva após a ocorrência de uma falha.
Ao contrário do MTBF, o objetivo é alcançar o menor MTTR possível. De certa forma, também funciona como um gatilho para tomar decisões que conduzam a lucros máximos e riscos mínimos.
Para calcular o MTTR, terá de ter em consideração o tempo total gasto em reparações após cada falha durante um determinado período de tempo. Na posse desse número, divida-o pela quantidade de falhas registadas durante o mesmo período de tempo.
Desta forma, pode estimar o período de tempo (horas, dias, semanas ou meses) em que um determinado ativo esteve inoperacional — e decidir o que deve fazer para evitar que isso volte a acontecer.
Tal como o MTBF, não existe uma norma global que encaixe em todas as indústrias ou a todos os tipos de equipamento. No entanto, seja qual for o seu setor de negócio, deve esforçar-se por reduzir o MTTR tanto quanto possível.
O OEE, que remete para Overall Equipment Effectiveness, é um dos KPI mais importantes na manutenção. Ao medir a eficiência geral da empresa, permite determinar se os processos colocados em prática são eficientes ou não. Como regra geral, o objetivo é obter um OEE de 77% ou superior.
Uma das muitas vantagens de calcular o OEE é descobrir com que frequência os ativos estão disponíveis para trabalhar. Ficará a saber qual a velocidade do processo de fabrico e, por último, mas não menos importante, quantos produtos são fabricados — ou quantos serviços são executados —, sem qualquer tipo de falha.
A fórmula é bastante simples. Para calcular o OEE, multiplica-se a disponibilidade, o desempenho e a qualidade. Determinamos a disponibilidade de acordo com o downtime e o uptime, como já referimos. Já o desempenho é calculado comparando a produção atual com as projeções. Finalmente, a qualidade resulta da produção total menos a produção defeituosa numa determinada amostra.
Embora a média global seja de 77%, as empresas de topo situam-se confortavelmente entre os 85% e os 99%.
O OEE está intimamente relacionado com dois outros KPI: o OOE e o TEEP. Continue para saber tudo sobre o OOE, o OEE e o TEEP.
A taxa de manutenção planeada (ou PMP, de Planned Maintenance Percentage),
considera o tempo gasto num ativo com atividades planeadas — manutenção, reparações ou substituições. Este KPI de manutenção está diretamente ligado ao Plano de Manutenção Preventiva da empresa.
Temos de ter em conta a eficiência, a conformidade e a forma como cada atividade foi realizada, bem como o tempo necessário para a concluir. De seguida, basta dividir o total de horas de manutenção planeadas pelo total de horas de manutenção. Multiplica-se então o número obtido por 100 para obter a percentagem.
Este resultado mostra o nível de eficiência da empresa, bem como o seu desempenho e sucesso no seu setor. Para corresponder aos valores medianos globais, o PMP deve ser cerca de 85% ou superior.
Este KPI não poderia faltar numa lista com os indicadores de desempenho mais importantes em manutenção. De forma resumida, analisa o cumprimento do plano estabelecido. Ou, melhor ainda, mede a eficácia e o empenho que os técnicos e gestores demonstraram nas tarefas planeadas. O cumprimento do cronograma, enquanto KPI de manutenção, mede o desempenho de toda a equipa, desde os decisores até às pessoas que concretizam o plano dia após dia.
Quantas atividades foram realizadas de acordo com as diretrizes estabelecidas? Geralmente, os gestores avaliam a data, o tempo que demorou a concluir a tarefa e a eficiência. O cumprimento, ou a conformidade, deve ser de 90% ou mais.
Se utilizar este indicador e verificar que está dentro da média, ou acima, significa que a produtividade é alta, com riscos mínimos de falhas e perdas.
A maior vantagem de aplicar e calcular os KPI é, sem dúvida, obter um conhecimento profundo sobre os processos e atividades internos. Assim, pode compreender o que está realmente a funcionar, ou não, e identificar pontos de melhoria.
Estabelecer, cumprir e medir os seus objetivos através de KPI não significa apenas garantir que a empresa será produtiva — tal prática desempenha também um papel significativo na motivação e no crescimento da equipa.
O lucro manter-se-á firme e dentro das previsões, sem quebras ou perdas. A empresa também irá melhorar a sua reputação, uma vez que a fiabilidade tende a aumentar com a redução dos riscos e do downtime.
Por fim, faz diminuir as reclamações dos clientes, evitando que o serviço de atendimento ao cliente fique sobrecarregado.
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